Relações tóxicas: 10 meses de afastamento

Hoje, completo 10 meses de afastamento de pessoas tóxicas, ainda é um processo em curso. Pois, nos últimos 12 anos tive vivências e convivências que me ensinaram a me amar de uma forma que, talvez, que me veja hoje ache que sou egoísta. Quem sabe da minha história não tem coragem de me dizer nada.

Tomei uma decisão, serei protagonista da minha história e isso requer algumas regras, não reclamar de quem me oprimiu, não inclui-los na minha nova jornada. Jogar no mar do esquecimento as pessoas que nãpo quiseram mudar, me respeitar.

Não vou mentir, não é fácil, especialmente, quando as pessoas tóxicas são familiares, parentes ou amigos de longas datas. Tentei conversar, tentei criar um ambiente saudável, mas nada foi aceitável ou gerou conexão. Restou a minha retirada.

Quando covivemos com pessoas tóxicas na família e dependendo da relação, condições de viver independente, as reações e condições de sair do ambiente vão nortear para lugares diferentes.

Sempre gostei de arte, trabalhos manuais, fiz os serviços domésticos e isso me colocou no lugar da “mulher que não trabalha fora”, como se as minhas ações fossem inúteis. Enquanto eu sempre fui uma trabalhadora da economia do cuidado. Uma das funções mais antigas da nossa sociedade. Rotulada como desnecessária, quando, na realidade, é primeira necessidade.

Na atual sociedade, os valores estão invertidos, a maioria das pessoas só pensam em dinheiro como forma de solução. Acreditam que ter cara de rica é tudo, mas esquecem que sobreviver nesse mundo, sem reconhecimento social, requer muita garra e determinação. O que nas camadas mais desfavorecidas está transbordando desse perfil.

Estou trabalhando o triplo, em casa, como cat sitter (agora eu cuido de gatinhos – se quiser ver alguns vídeos de interação @mcmistturacriativa), continuo com meu crochê (loja elo7), as lojas de ilustração colab55 e Galeria9), comecei a costurar também . E esporádicos trabalhos como modelo e dubladora. Como sempre digo, eu só não vendo o corpo e a alma, do resto negócio quase tudo.

Estou microempreendedora, depois de ter o diploma técnico de PP, faculdade de RP, fazer curso de locução e dublagem. O mundo das artes é meu sonho profissional, mas nem sempre foi real. Nunca me travei com isso, minha arte continuo do mesmo jeito.

É o lugar da minha paz, é a minha terapia, minha forma de empoderamento e empreender. É isso que a ancestralidade tem a nos ensinar na prática do trabalho manual. Tenho orgulho dessa herança.

Continuarei afirmando que as primeiras mulheres empreendedoras do Brasil foram as negras Quitandeiras. E muitas mulheres microempreendedoras, prestadoras de serviço e artesãs honram essa cadeia produtiva. Que muitas vezes é rotulada como inferior.

Bom, por hoje é isso… voltarei a publicar por aqui, como um diário, espaço de reflexão, é bem vindo todos os que se identificam ou já tiveram alguma experiência parecida. Críticas palpiteiras sem experiência de vida não tem validade por aqui.

Eu mudei muito nesses últimos anos, pra melhor, aprendendo a e comunicar melhor e sabendo fazer as minhas escolhas, não importando que goste delas ou não. É sobre eu ser feliz, respeitando que cruza o meu caminho. Nada de anulação para que outros se sintam bem.

Cada um é responsável pelas suas alegrias ou tristezas, escolhi sorrir mesmo quando todo mundo disser que não teenho direito. Não precisamos de validação do outro, apenas manter boas relações, se respeitar.

Boa noite!
Bons sonhos!

Beijos de luz, Michelle Cruz

(Se a luz não iluminar o seu caminho que, pelo menos, fulmine as ideias ruins)

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